5.1 Compartimentação
Na definição da rede geral de macrodrenagem levou-se em conta o grau de importância das diversas sub-bacias integrantes da bacia do Alto Tietê, desde suas nascentes na região de Salesópolis e Biritiba, até o reservatório da Barragem de Pirapora. A extensão do vale principal do rio Tietê, nesse trecho, perfaz um total em torno de 130 km.
Apesar deste relatório não incluir aqui estudos e análises sobre o rios Pinheiros e Juqueri, suas bacias hidrográficas fazem parte da análise de compartimentação, pois as mesmas merecerão análises futuras específicas, dentro da abrangência deste Plano Diretor.
Em princípio, foram delimitadas as principais sub-bacias de afluentes do rio Tietê, de até segunda ordem, pré-definindo-se 99 pontos de controle de interesse, para o aporte de cheias em direção à calha principal do rio Tietê. Foram levadas em conta também as condições de uso e ocupação do solo e o potencial de inundações. Deve-se enfatizar que esta configuração não é definitiva e que, eventualmente, outras sub-bacias poderão vir a ser futuramente consideradas, em função da evolução dos estudos.
A definição atual da rede de macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê e a compartimentação proposta para as sub-bacias serviram de base para implantação do modelo de simulação hidrológica CABC, utilizado para os estudos deste diagnóstico.
A compartimentação proposta está apresentada no Quadro 5.1.1 e na Ilustração 5.1.1.
Quadro 5.1.1 Compartimentação
da Bacia do Alto Tietê
Quadro 5.1.1 (Continuação)
5.2 Ocupação Urbana – Cenário
do Ano 2020
5.2.1 Projeção Demográfica
De maneira geral, os resultados obtidos durante o Censo de 1991 mostraram uma forte tendência de queda de crescimento populacional em diversas regiões brasileiras, com particular destaque para a RMSP.
Os últimos estudos da EMPLASA (1994),
com base nos dados do IBGE (1991), apresentaram três projeções
para a RMSP, a qual está inserida na bacia do AltoTietê:
uma projeção estatística, com hipótese do limite
superior de crescimento populacional, uma projeção com cenário
intermediário de crescimento e uma terceira projeção,
adotando-se o limite inferior. O Quadro 5.2.1 mostra as projeções
de população do último planejamento da EMPLASA, para
a terceira hipótese.
Ano/período |
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População(hab) |
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Taxa de crescimento anual (%) |
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O Consórcio HIDROPLAN (1995) realizou novos
estudos demográficos, estendendo o cenário de ocupação
urbana até o ano 2020, tendo projetado os valores mostrados no Quadro
5.2.2.
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População (hab) |
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Taxa de crescimento anual (%) |
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A fim de subsidiar os estudos de modelagem hidrológico-hidráulica que estão sendo desenvolvidos no âmbito deste PDMAT (Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê), foram coletados, junto à EMPLASA, os dados adicionais de contagem de população efetuadas em 1996, para diversos municípios da RMSP, que estão apresentados no Quadro 5.2.4. A Ilustração 5.2.1mostra a ocupação do solo na Bacia do Alto Tietê, segundo classes temáticas, com base em levantamentos efetuados pela EMPLASA entre 1986 e 1994.
Os dados coletados mostram que, para toda a RMSP,
o aumento populacional verificado entre os censos de 1991 e 1980, se situava
em torno de uma taxa anual de crescimento igual a 1,86%. Considerando a
contagem de 1996, quando a população atingiu o total de 16.583.000
habitantes, verificou-se um decréscimo nesta taxa de crescimento
populacional, em relação à população
de 1991. Assim, para o período 1991/1996 a taxa de crescimento anual
decaiu para 1,47%, ou seja, uma queda da ordem de 21% em relação
ao período anterior de 5 anos. Admitindo-se que este decréscimo
venha a prevalecer para cada período subsequente de 5 anos, foi
realizada uma nova projeção da tendência de aumento
da população da RMSP; os novos valores adotados estão
indicados no Quadro 5.2.3.
Ano/período |
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População (hab) |
17.370.000 |
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Taxa de crescimento anual (%) |
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Os resultados dos censos verificados na RMSP, desde 1940 até 1996, bem como o comportamento dos estudos de projeção demográfica existentes e os agora atualizados, podem ser visualizados na Figura 5.2.1.
Figura 5.2.1 – Projeções
Demográficas para a RMSP
De maneira geral as projeções demográficas realizadas para a RMSP mostram que, a partir de 1991, tem-se verificado o cenário da hipótese inferior dos estudos EMPLASA (1994), até o ano de 1996. A revisão da tendência de crescimento, em relação aos últimos estudos efetuados pelo HIDROPLAN, refere-se apenas a uma correção de tendência da curva, considerando-se os dados da contagem de população efetuada em 1996.
Uma conclusão importante das análises efetuadas é que uma população da ordem de 20.000.000 de habitantes para a RMSP, era prevista para acontecer, na projeção da EMPLASA (1994), em torno do ano 2007, enquanto pode-se estimar agora que esta população somente será atingida em torno do ano 2020. Assim sendo, pode-se dizer que a expansão da mancha urbana prevista pela EMPLASA, para o ano de 2010, também pode ser mantida para o novo horizonte do ano 2020. Esta mancha urbana está mostrada na Ilustração 5.2.2.
5.2.2 Estimativas de Áreas Impermeáveis
A fim de subsidiar os estudos de modelagem hidrológica,
com base no crescimento populacional anual previsto para as diversas regiões
da Bacia do Alto Tietê, foram estimadas as densidades populacionais
para as diferentes datas de interesse para projeto, quais sejam:
A estimativa de áreas impermeáveis
foi realizada, com base em Tucci (1994), tendo-se adotado as seguintes
equações:
Aimp = -3,86 + 0,55 d (para 7,02 £ d £ 115 hab/ha) e
Aimp = 53,2 + 0,054 d (para d > 115 hab/ha)
onde: Aimp = % de área impermeável
d = densidade populacional (hab/ha)
O Quadro 5.2.4 seguinte mostra os dados regionais populacionais utilizados, coletados junto à EMPLASA.
Quadro 5.2.4 – Grande São Paulo
– Evolução da População Residente
Quadro 5.2.4 – Grande São Paulo
– Evolução da População Residente (continuação)